Desabafo
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Primavera |
La no bairro onde moro minha rua asfaltada é bem arborizada.
Prédios com belas fachadas com muros de pedra e também com trepadeiras
Na esquina uma banca onde não se vende revistas e jornais
Mas nela se aposta na dezena na centena e no milhar
Do primeiro ao quinto velho ali parado, do que faz a aposta, aos que ali apostam
Junto suas dezenas de idade e jogo no pavão
No fim da rua tem uma praça com nome de padre
Conhecida como praça da árvore, muitas pessoas não vão à igreja do lado da praça.
Não conhecem o padre, de minha primeira comunhão, já falecido
Seu busto fica ao lado de uma aroeira-pimenteira, escondido por uma nogueira
Visto por muitos que ali dormem sem teto na proteção da nogueira já bem velha
Velhas são todas as arvores, nativas plantadas pela mãe natureza bem antes da cidade
Quaresmeira, imbuia, aribas, pau-ferro, paineira-rosa, todas antigas e outras
A novas também a um urucum plantado por um velho, a outras decorativas
Praça bela bem aproveita por jovem nos sábados e domingos de sol
Outros jovens também aproveitam à praça a semana toda, para queima de outra planta
Coisa triste de se ver, quem passa por ali, o medo impede de ouvir o canto dos pássaros
Mas se ouve os lamentos dos velhos, que tem netos na praça com cachimbo em mãos
Jovens sem medo, sem limites, sem estudos, sem preocupação, sem ocupação.
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Urucum |
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Urucum |
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